quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Características Básicas da Avaliação da Aprendizagem em EAD

Instituto UFC Virtual
Pró-Reitoria de Pós-Graduação
Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados
Divisão de Planejamento e Ensino
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2012/2
Turma: T-21 - MEC/SECADI - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
Aula 04 - Avaliação
Coordenação - Dra. Raquel Santiago Freire
Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos
Cursista: Tatiane Rodrigues Carneiro
Data: 29.11.2012

Caros colegas li um texto que achei bem interessante da autora Maria de Fátima Magalhães Mariani, sobre as características da Avaliação em EaD e estou compartilhando com vocês... Espero que gostem!

Características da Avaliação da Aprendizagem em EAD

Maria de Fátima Magalhães Mariani

A avaliação é uma temática muito debatida na organização do trabalho pedagógico. Esse debate está intrinsecamente ligado à compreensão que se tem sobre a relação entre os procedimentos de verificação e a efetiva aprendizagem dos alunos. Em outros termos, isso significa que há uma crítica à falta de compreensão quanto ao papel significativo que a avaliação deve cumprir no processo da aprendizagem. É comum encontrarmos referências em que a avaliação é vista como: 

• aplicação de provas e exames; 
• fator negativo de motivação da aprendizagem; 
• mecanismo de aprovação e reprovação; 
• medição por meio de notas; 
• instrumento de disciplinamento. (Luckesi, 1997) 

Esse esquema ilustra a função tradicional da avaliação e atendeu, a seu modo, os requisitos de classificação, de seleção e de exclusão. Como escreve Perrenoud (1999), “isso nada tem de surpreendente”: em todos os grupos utilizam-se sanções e recompensas para que as pessoas trabalhem. O sistema de avaliação tradicional não foge à regra, e utiliza-seda “chantagem” para fazer os alunos trabalhar. Se bem nos exames, os alunos são recompensados com a confiança e a consideração do professor. Se “maus alunos”, não conseguem passar nos exames, sofrem sanções. Certas sanções deixam marcas por toda a vida. O mau desempenho escolar evoca hostilidade, isolamento, tratamento especial, cristalização de certos estereótipos, que agem como inibidores das potencialidades dos alunos. (Villas Boas, 2005) 

Manter esses padrões tradicionais da avaliação da aprendizagem torna difícil experimentar iniciativas pedagógicas inovadoras. A educação a distância parece poder contribuir para uma ressignificação dos componentes pedagógicos, tendo em vista os objetivos de uma educação melhor, capaz de fluir na direção de um mundo que acontece em rede de relações. Tem como elementos pedagógicos básicos: 

• dialogicidade; 
• autonomia; 
• presença de tutores; 
• interatividade; 
• aprendizagem individual; 
• educação contínua; 
• recursos tecnológicos; 
• material didático previamente elaborado 

A avaliação da aprendizagem do aluno se desloca da “pedagogia do exame” e assume um grau de complexidade que envolve a parceria entre os atores envolvidos no processo: alunos e tutores. A tutoria, os materiais didáticos, a metodologia de ensino e os objetivos do projeto político e pedagógico, são elementos constitutivos da avaliação. A presença das novas tecnologias no processo permite a utilização de formas não-convencionais de avaliação. Por exemplo, é possível avaliar a capacidade de argumentação e estruturação de pensamento do aluno por meio de fóruns de discussão e chats.Campos, et al. (2003) indica algumas finalidades básicas que devem estar presentes no processo da avaliação em EAD, a seguir: 

• determinar em que medida os objetivos educacionais estão sendo realmente alcançados; 
• verificar como o aluno está assimilando os conhecimentos; 
• estimular o desenvolvimento do raciocínio do aluno; 
• estimular a capacidade de participação; 
• buscar uma coerência na teoria e na ação; 
• ser reflexiva, crítica e emancipatória; 
• considerar todas as situações de aprendizagem; 
• utilizar a observação constante do desempenho do aluno; 
• utilizar instrumentos e procedimentos de verificação adequados a cada situação de aprendizagem; 
• ser parte constitutiva de todo o processo educativo. 

Modelos de Avaliação 

A avaliação em EAD apoia-se na interdependência das modalidades já conhecidas na educação presencial: diagnóstica, formativa e somativa. A primeira é realizada no começo e durante as situações de aprendizagem. Seu objetivo é diagnosticar os problemas na aprendizagem. A formativa percorre todo o processo do ensino-aprendizagem e tem, também, função diagnóstica. Sua característica de continuidade indica o movimento dialógico da ação didática com a aprendizagem. A avaliação somativa tem por objetivo estabelecer marcos e aplicar testes. É comumente aplicada no meio e no final do processo. (Azzi, 2002; Alonso, 2002; Campos et al., 2003) 

Como nos referimos anteriormente, a avaliação em EAD é um processo contínuo, realizada na interlocução de alunos e professores. Segundo Campos et al. (2003), em EAD não há necessidade de ensinar para a avaliação, porque ela está dentro de todo o processo educacional, ela é onipresente. 

Os processos utilizados para avaliar o desempenho dos alunos são constituídos de aspectos quantitativos e qualitativos.A avaliação quantitativa é utilizada para medir em que nível os objetivos foram alcançados e pode ser feita na forma on-line ou presencial. Há uma preocupação com a qualidade dos instrumentos de avaliação. Esses devem ser capazes de mostrar com clareza o que foi ensinado e o que foi aprendido. Os instrumentos mais utilizados nesse tipo de avaliação são provas com questões de múltiplas escolhas e discursivas. 

A avaliação qualitativa está presente durante todo o processo de ensino-aprendizagem.“É um processo de avaliação contínuo”. O professor utiliza “parâmetros subjetivos” para analisar e avaliar continuamente disposições do comportamento do aluno: atitudes, participação, interesse, níveis de colaboração e cooperação, espírito crítico, autonomia intelectual.Com base nessa análise foi possível organizar o Mapa Conceitual 1, a seguir: 

MAPA CONCEITUAL 1 – CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM EAD


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Avaliação em EaD

Instituto UFC Virtual
Pró-Reitoria de Pós-Graduação
Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados
Divisão de Planejamento e Ensino
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2012/2
Turma: T-21 - MEC/SECADI - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
Aula 04 - Avaliação
Coordenação - Dra. Raquel Santiago Freire
Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos
Cursista: Tatiane Rodrigues Carneiro
Caros colegas, segue um vídeo muito interessante sobre Avaliação em EaD:


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Os elementos da dialogicidade de Paulo Freire e a EaD

Instituto UFC Virtual 

Pró-Reitoria de Pós-Graduação 
Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados 
Divisão de Planejamento e Ensino 
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2012/2 
Turma: T-21 - MEC/SECADI - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão 
Aula 03 - Atividades de Portfólio e Bate Papo
Coordenação - Dra. Raquel Santiago Freire 
Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos 
Cursista: Tatiane Rodrigues Carneiro
Data: 05.11.2012

                    Olhando de Perto

No Diário de Bordo (Blog), compartilhe exemplos de cada um dos elementos (amor, humildade, fé nos homens, esperança e um pensar crítico).  Escreva situações reais ou algo que tenha chamado atenção sobre os elementos de dialogicidade de Paulo Freire.

Os elementos de dialogicidade de Paulo Freire são de fato essenciais para a prática docente, seja ela tradicional ou na EaD. Muitos podem pensar que a EaD gera o distanciamento entre aluno e tutor e entre os próprios alunos, mas pela minha experiência posso dizer que não é bem assim. Atualmente com a diversidade de mídias, cada vez mais o tutor está próximo dos alunos e os alunos estão interagindo entre si.
A base de toda o conhecimento está sem dúvida nos elementos de dialogicidade de Paulo Freire. Como podemos pensar em educação sem o amor, amor que deve estar nas atitudes do professor e do tutor, pois aquele que ama o que faz, faz com maior dedicação e obtém melhores resultados. A afetividade deve estar diretamente ligada a atuação do professor/tutor. Quando o professor/tutor ama o que faz os alunos logo percebem e tendem a reproduzir o mesmo comportamento. Na EaD esse comportamento afetuoso pode ser expresso através de emotions, caixa alta, repetição entre outros elementos desta forma tanto o tutor como os próprios alunos podem demostrar seus sentimentos e emoções como se estivessem em uma aula presencial.
A humildade é outro pilar indispensável para que a aprendizagem ocorra, pois fica muito difícil haver uma troca quando um dos atores se põe em lugar de superioridade em relação ao outro. Nenhum dos dois cresce, pois um se sente menor que o outro e não consegue se desenvolver, enquanto o outro continua fechado em suas teorias e visões de mundo.  Na EaD essa humildade também é indispensável, pois quando um tutor se mostra inacessível ou com um vocabulário muito rebuscado, muitas vezes afasta os alunos que se sentem menosprezados ou até, muitas vezes incapazes. Ao passo que um tutor mais próximo e acessível pode deixar os alunos à vontade para expor seus pontos de vista e crescer juntos.
O professor/tutor deve sempre acreditar na capacidade de superação  de seus alunos, deve enxergar onde ninguém mais consegue perceber, deve acreditar na capacidade de seus alunos, mesmo quando nem estes acreditam mais e a partir dessa fé, ajudá-los a superar os obstáculos da caminhada rumo ao conhecimento. Em minha experiência como tutora e orientadora de EaD pude presenciar o poder que há em uma palavra de estímulo dita na hora certa, ela pode transformar comportamentos e histórias, reanimar e dar novo fôlego àquele que já estava cansado e abatido.
A esperança é outro pilar fundamental para a educação dialógica, a esperança é que nos move, é o que nos faz acreditar incessantemente e lutar pelo que acreditamos. Ela é a busca do conhecimento que nos move ao outro, a busca do outro e do novo, na tentativa de se alcançar um novo estágio do conhecimento. 
O pensar crítico sintetiza a busca pelo conhecimento, pois como pode-se falar em conhecimento enquanto tivermos alunos e professores alienados? Como pensar em conhecimento quando o meu aluno é incentivado a fazer cópias e não a pensar por ele mesmo? Quando o aluno é levado somente a reproduzir o conhecimento de outros sem contudo ser capaz de pensar por si mesmo e contribuir para a formação do novo? Na EaD esta dificuldade também nos é posta cotidianamente, como incentivar os alunos a produzir seu próprio conhecimento nos fóruns, portifólios e Blogs, se é muito mais fácil e cômodo apenas copiar o pensamento de outros e dizer que "concorda". Como incentivar o aluno a produzir em um mundo onde a velocidade do suposto conhecimento é cada vez mais rápida e descartável? Esse é um dos grandes desafios postos aos professores e tutores da atualidade.