quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Aula de Fundamentos de Ecologia e Desenvolvimento Sustentável


UFC - Universidade Federal do Ceará
Instituto UFC Virtual
Pró-Reitoria de Pós-Graduação
Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados
Divisão de Planejamento e Ensino
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2012/2
Turma: T-21 - MEC/SECADI - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
Aula 04 - Avaliando nossa Prática - Criação de Aula (s) com Atividades no Blog Diário de Bordo / Fórum e Chat (p/ postagem nos portfólios privativos)
Coordenação - Dra. Raquel Santiago Freire
Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos
Cursista: Tatiane Rodrigues Carneiro
Data: 12/12/2012

AULA: Fundamentos de Ecologia e Desenvolvimento Sustentável

O CONCEITO DE ECOLOGIA

ECOLOGIA (do grego oikos = casa; logos = ciência)
Significa estudo da casa/do lugar onde se vive. A ecologia estuda as relações entre os seres vivos, e o ambiente em que vivem.


HISTÓRIA DA ECOLOGIA

O termo foi usado pela primeira vez pelo cientista alemão Ernest Haeckel, em 1869. Suas pesquisas sobre a natureza ficaram esquecidas por algum tempo, até serem redescobertas no século XX. Não podemos confundir o surgimento da ecologia enquanto ciência com o surgimento do termo. A preocupação do homem com a natureza vem de muito antes do trabalho de Haeckel.

A relação do homem como a natureza vem se alterando desde a idade da pedra. Na idade da pedra o homem dependia do meio ambiente e os seres humanos viviam de acordo com os fenômenos naturais, a natureza era respeitada, ela era considerada como algo divino a quem o homem devia respeitar. As forças da natureza também eram vistas com caráter divino pelas tribos primitivas. O homem era nômade, utilizava uma determinada área e em seguida quando os recursos estavam escassos migrava para outra região. A natureza tinha tempo para se regenerar. O homem tinha uma relação de dependência com a natureza.

Com o advento da agricultura essa relação é modificada, o homem passa a dominar as técnicas agrícolas e ele passa a ser sedentário, fixando moradia em uma localidade e explorando-a ao máximo, mas ainda sem degradar. Neste momento homem e natureza estavam equiparados.

Com o tempo, o homem foi introduzindo modificações profundas no mundo. As inovações da tecnologia que o homem foi introduzindo criaram aos poucos a ideia do domínio do homem sobre a natureza, no entanto, os homens não percebiam que os recursos naturais poderiam um dia esgotar-se. A partir da revolução industrial no século XVIII observa-se uma profunda alteração na relação do homem com a natureza, ele passa a utilizar mais do que a natureza tem para oferecer e cada vez precisa de mais matérias primas que retira da natureza, passa a poluir, a produzir cada vez mais resíduos, que sem o descarte devido passam a poluir a natureza. Nesta fase o homem se sente mais poderoso que a natureza, passa a ter uma relação de domínio sobre ela.

Resumindo:
1º MOMENTO: HOMEM < NATUREZA
2º MOMENTO: HOMEM = NATUREZA
3º MOMENTO: HOMEM > NATUREZA

No entanto, com o passar do tempo o homem começa a perceber que essa relação de domínio está com os dias contados, uma vez que a natureza está respondendo com grades catástrofes ambientais como o aquecimento global, os elevados níveis de poluição, a falta de água, entre tantos outros desastres ambientais.
Outro fato relevante é que o mundo só passa a se preocupar com os problemas ambientais quando estes passas a atingir as classes mais abastadas. Durante o final do século XVIII e o século XIX já eram observados os primeiros sinais de que a natureza pedia socorro, a poluição já assolava os grandes centros industriais, mas os mais prejudicados eram os proletariados, a burguesia pouco sentia tais impactos. Somente na segunda metade do século XX é que os problemas começam a afetar essa parte da população e tem início os estudos e discursos ambientais.

                                                 Primeiras manifestações de chuva ácida na Inglaterra no século XIX

Mesmo após as primeiras manifestações da natureza, ainda não se via preocupação em preservar o ambiente para as futuras gerações. A ecologia só se popularizaria nos anos 70 do século XX.

Alguns grupos se destacam na proteção a natureza a nível mundial, como o Greenpeace,  uma organização global cuja missão é proteger o meio ambiente, promover a paz e inspirar mudanças de atitudes que garantam um futuro mais verde e limpo para esta e para as futuras gerações. Está presente em 43 países de todos os continentes, contando com o apoio de quase 4 milhões de colaboradores em todo o mundo e cerca de 18 mil voluntários e o WWF, organização mundial cuja missão é conter a degradação do meio ambiente e construir um futuro em que o homem viva em harmonia com a natureza através da: conservação da diversidade biológica mundial, da  garantia da sustentabilidade dos recursos naturais renováveis e da promoção da redução da poluição e do desperdício.

Para melhor compreensão acerca das questões ambientais faz-se necessário conhecer e analisar alguns conceitos de ecologia e suas relações, para facilitar a compreensão holística da natureza e possibilitar a construção de novas alternativas para um desenvolvimento sustentável.
Assim sendo são apresentados alguns destes conceitos e relações a seguir.

ECOLOGIA: ALGUNS CONCEITOS


Comunidade: É o conjunto de populações de diferentes espécies, que vivem um uma mesma região. 


Habitat à É o local preferencial de vida do ser vivo. É o local que podemos associar a imagem de determinado ser. 

Ex: O habitat dos leões são as savanas

Nicho Ecológico à Refere-se ao papel que o ser vivo exerce no ambiente. Alimentação, abrigo, reprodução, inimigos, estratégia de sobrevivência. Segundo Charles Elton (1927) – “É o conjunto de relações e atividades próprias de uma espécie, ou seja, o modo de vida único e particular que cada espécie explora o habitat”
Ecossistema à Ecossistema é o conjunto formado por todos os fatores bióticos e abióticos que atuam simultaneamente sobre determinada região. 


Biosfera à É o conjunto dos ecossistemas da terra 



Cadeia Alimentar à A este percurso de matéria e energia que se inicia sempre por um produtor e termina em um decompositor 




Os ecossistemas possuem uma constante passagem de matéria e energia de um nível para outro até chegar nos decompositores, os quais reciclam parte da matéria total utilizada neste fluxo.  A cadeia alimentar é formada pelos produtores, consumidores primários, consumidores secundários, consumidores terciários e decompositores. Vejamos cada um deles a seguir:
Produtores à A base de um ecossistema são os produtores que são os organismos capazes de fazer fotossíntese. Produzem e acumulam energia através de processos bioquímicos utilizando como matéria prima a água, gás carbônico e luz.



Consumidores primários: São os animais que se alimentam dos produtores, ou seja, são as espécies herbívoras.  Milhares de espécies presentes em terra ou na água, se adaptaram para consumir vegetais, sem dúvida a maior fonte de alimento do planeta.


Consumidores Secundários à São os animais que se alimentam dos herbívoros, a primeira categoria de animais carnívoros. 
Consumidores  Terciários à São os grandes predadores como os tubarões, orcas e leões, os quais capturam grandes presas, sendo considerados os predadores de topo de cadeia. Tem como característica, normalmente, o grande tamanho e menores densidades populacionais. 
Decompositores ou Biorredutores à São os organismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, transformando-a em nutrientes minerais que se tornam novamente disponíveis no ambiente. Os decompositores, representados pelas bactérias e fungos, são o último elo da cadeia trófica, fechando o ciclo. 

A partir da compreensão da cadeia alimentar, faz-se necessária a compreensão acerca das relações existentes entre os seres vivos. Elas se dividem relações intra-específicas que são as relações que ocorrem entre indivíduos da mesma espécie e relações interespecíficas que ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes. As relações ainda podem ser harmônicas e desarmônicas. Nas relações harmônicas um dos indivíduos se benefiacia sem caudar prejuízos ao outro, já nas relações interespecíficas pelo menos um dos indivíduos sai prejudicados.
Vejamos a seguir alguns exemplos:
Relações intra-específicas harmônicas à Sociedades – caracterizam-se pela união permanente entre indivíduos da mesma espécie, anatomicamente separados uns dos outros.
Sociedades isomorfas (ex.: sociedade hunana) 
Sociedades heteromorfas (ex.: Abelhas)
Relações interespecíficas harmônicas à Competição intra-específica – é a disputa entre indivíduos por recursos do ambiente que não existem em quantidade suficiente para todos. É intra-específica quando ocorre entre indivíduos da mesma população.
Ex.:As plantas competem por luz e nutrientes 
     Os animais competem por alimentos e espaço 

Relações interespecíficas harmônicas à Protocooperação - relação em que os participantes se beneficiam, mas podem viver de modo independente, sem a necessidade de se unir.  
e aos protozoários, abrigo e nutrição. 

Relações interespecíficas desarmônicas à Amensalismo – relação em que um dos participantes inibe a ação do outro.
Ex: antibiótico e bactérias 



                       Flagrante de canibalismo de ursos polares é alerta sobre aquecimento
Uma fotógrafa flagrou imagens de um urso polar comendo um filhote da própria espécie, informa uma pesquisa publicada na revista científica "Arctic". As imagens foram publicadas pelo jornal "Daily Mail". 

Os ursos polares são considerados os maiores predadores terrestres e o canibalismo entre eles já era bem conhecido entre os cientistas. O temor é que o comportamento esteja aumentando recentemente. 

O aquecimento global tem aumentado o derretimento do gelo no Ártico, o que diminui não só o hábitat da espécie, como também a disponibilidade de comida para esses animais. Para um macho adulto com fome, os filhotes viram uma presa fácil. Segundo o pesquisador Ian Stirling, da Environment Canada, a dieta primária dos animais é composta por focas, normalmente capturadas quando sobem para respirar em buracos e espaços entre os blocos de gelo flutuante no Ártico. Durante os últimos verões, no entanto, o gelo tem desaparecido completamente em algumas regiões do Ártico, dificultando o trabalho dos ursos e fazendo-os procurar por alternativas para se alimentarem, inclusive o canibalismo.




O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL?
Educação ambiental é aquela destinada a desenvolver nas pessoas conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas para a preservação do meio ambiente. A educação ambiental pode ocorrer dentro das escolas, empresas, universidades, repartições públicas, etc. Esta educação pode ser desenvolvida por órgãos do governo ou por entidades ligadas ao meio ambiente.Ela deve estar presente em todos os níveis educacionais, com o objetivo de atingir todos os alunos em fase escolar. Os professores podem e devem desenvolver projetos ambientais  e trabalhar  com conceitos voltados para a preservação  ambiental  e uso sustentável dos recursos

De acordo com Dias (1994):
“A Educação Ambiental se caracteriza por incorporar as dimensões sócio-econômica, política, cultural e histórica, não podendo se basear em posturas de aplicação universal, devendo considerar as condições e estágio de cada lugar, sob uma perspectiva histórica. Permitindo a compreensão da natureza complexa do meio interpretar a interdependência entre os diversos que compõem o ambiente, com vista a utilizar adequadamente os elementos no presente e no futuro.”

No Brasil existe uma lei específica que trata da educação ambiental, a Lei 9.795 de 27 de abril de 1999, segundo esta lei entende-se por educação ambiental: os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.


OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Consciência: ajudar os indivíduos e grupos sociais a sensibilizarem-se a adquirirem consciência do meio ambiente global e suas questões;
                         
Conhecimentos: a adquirirem diversidade de experiências e compreensão fundamental sobre o meio ambiente e seus problemas;     
Comportamento: a comprometerem-se com uma série de valores, e a sentirem interesse pelo meio ambiente, participando da proteção e melhoria do meio ambiente;
Habilidades: adquirir as habilidades necessárias para identificar e resolver os problemas ambientais;                 
Participação: proporcionar a possibilidade de participarem ativamente das tarefas que tem por objetivo resolver os problemas ambientais.

Fórmula dos 4 RE’s:
Reduzir a geração de lixo – é o primeiro passo e a medida mais racional, que traduz a essência da luta contra o desperdício. São inúmeros exemplos domésticos e industriais para a minimização dos resíduos. Sempre que for possível, é melhor reduzir o consumo de materiais, energia e água, a fim de produzir o mínimo de resíduos e economizar energia.

Reutilizar os bens de consumo – significa dar vida mais longa aos objetos, aumentando sua durabilidade e reparabilidade ou dando-lhes nova personalidade ou uso, muito comum com as embalagens retornáveis, rascunhos, roupas, e nas oficinas de Arte com Sucatas. Após a utilização de um produto ou material (sólido, líquido, energia, etc) deve-se recorrer a todos os meios para reutilizá-lo.

Recuperar os materiais – as Usinas de Compostagem são unidades recuperadoras de materiais orgânicos. Os catadores recuperam as sucatas, antes delas virarem lixo.

Repensar atitudes – as ações visam que as pessoas repensem o uso dos recursos naturais com maior responsabilidade. Se todos usarmos somente o necessário, não vai faltar para ninguém.
Após a compreensão acerca da educação ambiental e ecologia faz-se necessário compreender  o que é o chamado desenvolvimento sustentável.



DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.




O desenvolvimento atual, apesar de trazer melhorias à população, trouxe inúmeros desequilíbrios ambientais como: o aquecimento global, o efeito estufa, o degelo das calotas polares, poluição, extinção de espécies da fauna e flora entre tantos outros. A partir de tais problemas pensou-se em maneiras de produzir o desenvolvimento sem que o ambiente seja degradado.
Dessa forma, o desenvolvimento sustentável atua por meio de alguns aspectos:   
      Atender às necessidades fisiológicas da população;
      Preservar o meio ambiente para as próximas gerações;
      Conscientizar a população para que se trabalhe em conjunto;
      Preservar os recursos naturais;
      Criar um sistema social eficiente que não permite o mau envolvimento dos recursos naturais;
      Criar programas de conhecimento e conscientização da real situação e de formas para melhorar o meio ambiente.

ATENÇÃO: O desenvolvimento sustentável não deve ser visto como uma revolução, ou seja, uma medida brusca que exige rápida adaptação e sim uma medida evolutiva que progride de forma mais lenta a fim de integrar o progresso ao meio ambiente para que se consiga em parceria desenvolver sem degradar. 


Existem três colunas imprescindíveis para a aplicação do desenvolvimento sustentável:

O que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?
Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente. Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.  O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.

Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados devem ser seguidos?

O desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres, mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados. Mesmo porque não seria possível.  Caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das sociedades do Norte, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes. Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados.

Os crescimentos econômico e populacional das últimas décadas têm sido marcados por disparidades. Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.

Para refletir: Conta-se que Mahatma Gandhi, ao ser perguntado se, depois da independência, a Índia perseguiria o estilo de vida britânico, teria respondido: 
"...a Grã-Bretanha precisou de metade dos recursos do planeta para alcançar sua prosperidade; quantos planetas não seriam necessários para que um país como a Índia alcançasse o mesmo patamar?" 
A sabedoria de Gandhi indicava que os modelos de desenvolvimento precisam mudar. Os estilos de vida das nações ricas e a economia mundial devem ser reestruturados para levar em consideração o meio ambiente.



Relação entre Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
Os princípios da educação ambiental incluem os elementos fundamentais do desenvolvimento sustentável:
      A necessidade de considerar os aspectos sociais do ambiente e as suas relações entre a economia, o ambiente e o desenvolvimento;
      A adoção das perspectivas locais e globais;
      A promoção da solidariedade internacional.
O conceito de Desenvolvimento Sustentável (DS) tem sido associado com a Educação Ambiental (EA) para promover modelos baseados na sabedoria da utilização dos recursos, considerando a equidade e a durabilidade. Dentro do Programa Internacional da EA, a UNESCO propõe que o DS é o objetivo mais decisivo da relação dos "homens" com o ambiente. Isso reorienta a EA e acrescenta um "remodelamento" de todo processo educativo para encontrar esse fim.
Assim sendo, a educação ambiental é uma das formas de se alcançar o desenvolvimento sustentável. Desta forma, precisamos primeiramente mudar nossa forma de pensar, para que, então mudemos nossa  forma de agir. 


Referências

CAVALCANTI, Clóvis (Org.). Desenvolvimento e natureza: Estudos para uma sociedade sustentável. 3ª Ed. São Paulo: Cortez Editora, 2001.

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo:Ed. Cortez, 2007.

DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2003.

FLORIANI, D. Conhecimento, Meio Ambiente e Globalização. Curitiba: Editora Juruá, 2004.

LAGO, Antônio, PÁDUA, José Augusto. O que é Ecologia. 9ª Ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, Coleção Primeiros Passos, 1989.

LEFF, Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

MATOS, Kelma Socorro Alves Lopes de. e SAMPAIO, José Levi Furtado. (orgs.). Diálogos em Educação Ambiental. Fortaleza: Edições UFC, 2012.

ODUM, Eugene Pleasants. Fundamentos de ecologia. São Paulo: Cengage Learning, 2007.

TRICART, JEAN; IBGE. Ecodinâmica. Rio de Janeiro: IBGE, SUPREN, 1977.

ZHOURI, A. e LASCHEFSKI, K. (Orgs.). Desenvolvimento e conflitos ambientais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Dica de leitura: "Educação a distância via internet"

Olá caros colegas!
Estava fazendo umas pesquisas e encontrei uma ótima dica que gostaria de compartilhar com vocês.

É uma dica de leitura sobre EaD: "Educação a Distância Via Internet", de José A. Valente, Maria Elisabette B. B. Prado e Maria Elizabeth B. de Almeida (Organizadores).
EaD via Internet
Quando se fala em formação de professores por intermédio da Educação a Distância (EaD), via internet, logo surge uma série de questões. Como é possível formar professores via internet? Que abordagem pedagógica foi utilizada? Que ambiente de aprendizagem virtual foi usado? Na verdade, a EaD é recente e questões como estas são totalmente pertinentes.
Este livro procura responder essas perguntas com base nos resultados do Curso de Especialização em Desenvolvimento de Projetos Pedagógicos com Uso das Novas Tecnologias, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Cada docente que atuou no curso faz uma reflexão crítica sobre seu trabalho, procurando avançar teorias e práticas de formação, mostrar que é possível fazer uma Educação a Distância de qualidade e usar uma abordagem pedagógica na direção da mudança que gostaríamos de ver na educação.
Fica a dica!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Características Básicas da Avaliação da Aprendizagem em EAD

Instituto UFC Virtual
Pró-Reitoria de Pós-Graduação
Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados
Divisão de Planejamento e Ensino
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2012/2
Turma: T-21 - MEC/SECADI - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
Aula 04 - Avaliação
Coordenação - Dra. Raquel Santiago Freire
Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos
Cursista: Tatiane Rodrigues Carneiro
Data: 29.11.2012

Caros colegas li um texto que achei bem interessante da autora Maria de Fátima Magalhães Mariani, sobre as características da Avaliação em EaD e estou compartilhando com vocês... Espero que gostem!

Características da Avaliação da Aprendizagem em EAD

Maria de Fátima Magalhães Mariani

A avaliação é uma temática muito debatida na organização do trabalho pedagógico. Esse debate está intrinsecamente ligado à compreensão que se tem sobre a relação entre os procedimentos de verificação e a efetiva aprendizagem dos alunos. Em outros termos, isso significa que há uma crítica à falta de compreensão quanto ao papel significativo que a avaliação deve cumprir no processo da aprendizagem. É comum encontrarmos referências em que a avaliação é vista como: 

• aplicação de provas e exames; 
• fator negativo de motivação da aprendizagem; 
• mecanismo de aprovação e reprovação; 
• medição por meio de notas; 
• instrumento de disciplinamento. (Luckesi, 1997) 

Esse esquema ilustra a função tradicional da avaliação e atendeu, a seu modo, os requisitos de classificação, de seleção e de exclusão. Como escreve Perrenoud (1999), “isso nada tem de surpreendente”: em todos os grupos utilizam-se sanções e recompensas para que as pessoas trabalhem. O sistema de avaliação tradicional não foge à regra, e utiliza-seda “chantagem” para fazer os alunos trabalhar. Se bem nos exames, os alunos são recompensados com a confiança e a consideração do professor. Se “maus alunos”, não conseguem passar nos exames, sofrem sanções. Certas sanções deixam marcas por toda a vida. O mau desempenho escolar evoca hostilidade, isolamento, tratamento especial, cristalização de certos estereótipos, que agem como inibidores das potencialidades dos alunos. (Villas Boas, 2005) 

Manter esses padrões tradicionais da avaliação da aprendizagem torna difícil experimentar iniciativas pedagógicas inovadoras. A educação a distância parece poder contribuir para uma ressignificação dos componentes pedagógicos, tendo em vista os objetivos de uma educação melhor, capaz de fluir na direção de um mundo que acontece em rede de relações. Tem como elementos pedagógicos básicos: 

• dialogicidade; 
• autonomia; 
• presença de tutores; 
• interatividade; 
• aprendizagem individual; 
• educação contínua; 
• recursos tecnológicos; 
• material didático previamente elaborado 

A avaliação da aprendizagem do aluno se desloca da “pedagogia do exame” e assume um grau de complexidade que envolve a parceria entre os atores envolvidos no processo: alunos e tutores. A tutoria, os materiais didáticos, a metodologia de ensino e os objetivos do projeto político e pedagógico, são elementos constitutivos da avaliação. A presença das novas tecnologias no processo permite a utilização de formas não-convencionais de avaliação. Por exemplo, é possível avaliar a capacidade de argumentação e estruturação de pensamento do aluno por meio de fóruns de discussão e chats.Campos, et al. (2003) indica algumas finalidades básicas que devem estar presentes no processo da avaliação em EAD, a seguir: 

• determinar em que medida os objetivos educacionais estão sendo realmente alcançados; 
• verificar como o aluno está assimilando os conhecimentos; 
• estimular o desenvolvimento do raciocínio do aluno; 
• estimular a capacidade de participação; 
• buscar uma coerência na teoria e na ação; 
• ser reflexiva, crítica e emancipatória; 
• considerar todas as situações de aprendizagem; 
• utilizar a observação constante do desempenho do aluno; 
• utilizar instrumentos e procedimentos de verificação adequados a cada situação de aprendizagem; 
• ser parte constitutiva de todo o processo educativo. 

Modelos de Avaliação 

A avaliação em EAD apoia-se na interdependência das modalidades já conhecidas na educação presencial: diagnóstica, formativa e somativa. A primeira é realizada no começo e durante as situações de aprendizagem. Seu objetivo é diagnosticar os problemas na aprendizagem. A formativa percorre todo o processo do ensino-aprendizagem e tem, também, função diagnóstica. Sua característica de continuidade indica o movimento dialógico da ação didática com a aprendizagem. A avaliação somativa tem por objetivo estabelecer marcos e aplicar testes. É comumente aplicada no meio e no final do processo. (Azzi, 2002; Alonso, 2002; Campos et al., 2003) 

Como nos referimos anteriormente, a avaliação em EAD é um processo contínuo, realizada na interlocução de alunos e professores. Segundo Campos et al. (2003), em EAD não há necessidade de ensinar para a avaliação, porque ela está dentro de todo o processo educacional, ela é onipresente. 

Os processos utilizados para avaliar o desempenho dos alunos são constituídos de aspectos quantitativos e qualitativos.A avaliação quantitativa é utilizada para medir em que nível os objetivos foram alcançados e pode ser feita na forma on-line ou presencial. Há uma preocupação com a qualidade dos instrumentos de avaliação. Esses devem ser capazes de mostrar com clareza o que foi ensinado e o que foi aprendido. Os instrumentos mais utilizados nesse tipo de avaliação são provas com questões de múltiplas escolhas e discursivas. 

A avaliação qualitativa está presente durante todo o processo de ensino-aprendizagem.“É um processo de avaliação contínuo”. O professor utiliza “parâmetros subjetivos” para analisar e avaliar continuamente disposições do comportamento do aluno: atitudes, participação, interesse, níveis de colaboração e cooperação, espírito crítico, autonomia intelectual.Com base nessa análise foi possível organizar o Mapa Conceitual 1, a seguir: 

MAPA CONCEITUAL 1 – CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM EAD


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Avaliação em EaD

Instituto UFC Virtual
Pró-Reitoria de Pós-Graduação
Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados
Divisão de Planejamento e Ensino
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2012/2
Turma: T-21 - MEC/SECADI - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
Aula 04 - Avaliação
Coordenação - Dra. Raquel Santiago Freire
Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos
Cursista: Tatiane Rodrigues Carneiro
Caros colegas, segue um vídeo muito interessante sobre Avaliação em EaD:


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Os elementos da dialogicidade de Paulo Freire e a EaD

Instituto UFC Virtual 

Pró-Reitoria de Pós-Graduação 
Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados 
Divisão de Planejamento e Ensino 
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2012/2 
Turma: T-21 - MEC/SECADI - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão 
Aula 03 - Atividades de Portfólio e Bate Papo
Coordenação - Dra. Raquel Santiago Freire 
Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos 
Cursista: Tatiane Rodrigues Carneiro
Data: 05.11.2012

                    Olhando de Perto

No Diário de Bordo (Blog), compartilhe exemplos de cada um dos elementos (amor, humildade, fé nos homens, esperança e um pensar crítico).  Escreva situações reais ou algo que tenha chamado atenção sobre os elementos de dialogicidade de Paulo Freire.

Os elementos de dialogicidade de Paulo Freire são de fato essenciais para a prática docente, seja ela tradicional ou na EaD. Muitos podem pensar que a EaD gera o distanciamento entre aluno e tutor e entre os próprios alunos, mas pela minha experiência posso dizer que não é bem assim. Atualmente com a diversidade de mídias, cada vez mais o tutor está próximo dos alunos e os alunos estão interagindo entre si.
A base de toda o conhecimento está sem dúvida nos elementos de dialogicidade de Paulo Freire. Como podemos pensar em educação sem o amor, amor que deve estar nas atitudes do professor e do tutor, pois aquele que ama o que faz, faz com maior dedicação e obtém melhores resultados. A afetividade deve estar diretamente ligada a atuação do professor/tutor. Quando o professor/tutor ama o que faz os alunos logo percebem e tendem a reproduzir o mesmo comportamento. Na EaD esse comportamento afetuoso pode ser expresso através de emotions, caixa alta, repetição entre outros elementos desta forma tanto o tutor como os próprios alunos podem demostrar seus sentimentos e emoções como se estivessem em uma aula presencial.
A humildade é outro pilar indispensável para que a aprendizagem ocorra, pois fica muito difícil haver uma troca quando um dos atores se põe em lugar de superioridade em relação ao outro. Nenhum dos dois cresce, pois um se sente menor que o outro e não consegue se desenvolver, enquanto o outro continua fechado em suas teorias e visões de mundo.  Na EaD essa humildade também é indispensável, pois quando um tutor se mostra inacessível ou com um vocabulário muito rebuscado, muitas vezes afasta os alunos que se sentem menosprezados ou até, muitas vezes incapazes. Ao passo que um tutor mais próximo e acessível pode deixar os alunos à vontade para expor seus pontos de vista e crescer juntos.
O professor/tutor deve sempre acreditar na capacidade de superação  de seus alunos, deve enxergar onde ninguém mais consegue perceber, deve acreditar na capacidade de seus alunos, mesmo quando nem estes acreditam mais e a partir dessa fé, ajudá-los a superar os obstáculos da caminhada rumo ao conhecimento. Em minha experiência como tutora e orientadora de EaD pude presenciar o poder que há em uma palavra de estímulo dita na hora certa, ela pode transformar comportamentos e histórias, reanimar e dar novo fôlego àquele que já estava cansado e abatido.
A esperança é outro pilar fundamental para a educação dialógica, a esperança é que nos move, é o que nos faz acreditar incessantemente e lutar pelo que acreditamos. Ela é a busca do conhecimento que nos move ao outro, a busca do outro e do novo, na tentativa de se alcançar um novo estágio do conhecimento. 
O pensar crítico sintetiza a busca pelo conhecimento, pois como pode-se falar em conhecimento enquanto tivermos alunos e professores alienados? Como pensar em conhecimento quando o meu aluno é incentivado a fazer cópias e não a pensar por ele mesmo? Quando o aluno é levado somente a reproduzir o conhecimento de outros sem contudo ser capaz de pensar por si mesmo e contribuir para a formação do novo? Na EaD esta dificuldade também nos é posta cotidianamente, como incentivar os alunos a produzir seu próprio conhecimento nos fóruns, portifólios e Blogs, se é muito mais fácil e cômodo apenas copiar o pensamento de outros e dizer que "concorda". Como incentivar o aluno a produzir em um mundo onde a velocidade do suposto conhecimento é cada vez mais rápida e descartável? Esse é um dos grandes desafios postos aos professores e tutores da atualidade.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Sucesso da Educação a Distância no Brasil


Instituto UFC Virtual
Pró-Reitoria de Pós-Graduação
Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados
Divisão de Planejamento e Ensino
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2012/2
Turma: T-21 - MEC/SECADI - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
Aula 02 - Situações problemas e o trabalho do professor-tutor

Coordenação - Dra. Raquel Santiago Freire
Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos
Cursista: Tatiane Rodrigues Carneiro
Data: 29.10.2012


Caros colegas, em meio a tantas discussões que permeiam a EaD, temos muito que comemorar, pois apesar dos gargalos da EaD esta modalidade de ensino está cada vez mais ganhando adeptos e entusiastas, o vídeo a seguir mostra o crescimento da EaD no nosso país e que acima de tudo, o aluno em EaD precisa ter disciplina  e foco nos estudos, uma vez que o tempo dos alunos que buscam a EaD geralmente é mais escasso do que da maioria dos alunos do ensino tradicional.



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

As dificuldades dos alunos na EaD

Caros colegas, hoje compartilho com vocês uma reportagem sobre os principais problemas encontrados pelos alunos na EaD, pois acredito que precisamos conhecer cada vez mais seus problemas para que possamos ajudá-los a superá-los e nos antever a eles.


Que dificuldades o aluno pode encontrar num ambiente virtual on-line?
                                                                    

As dificuldades encontradas por alunos em ambientes on-line de aprendizagem podem ser divididas em três aspectos: afetivo, pedagógico e tecnológico. A ver:AFETIVO
  • Interação entre alunos: aluno sente falta de compartilhar idéias com outros alunos. Sente-se só durante o curso a distância
  • Feedback do professor: aluno não obtém uma resposta do professor acerca de seu desempenho. Não adianta apenas relatórios automáticos e resultados de testes: é preciso haver interação, já que nessa modalidade o aluno tende a assumir um papel mais ativo do que em salas de aula presenciais.
PEDAGÓGICO
  • Falta de tempo: a má utilização do tempo e a organização da agenda diária acabam por interferir na frequência ao curso.
  • Falta de disciplina: sem a presença face-a-face, muitas vezes os alunos deixam de realizar as atividades propostas e acabam ficam defasados em relação ao conteúdo do curso.
  • Interferências externas: estudar em casa ou no trabalho pode colocar a concentração em risco, uma vez que são diversos os fatores que chamam nossa atenção nesses ambientes.
  • Curso difícil: não compreender o objetivo do curso ou não fazer parte de seu público-alvo pode gerar dificuldades no entendimento das disciplinas. A falta de contato com o professor é um agravante nesse caso.
  • Material ruim: um material didádico de má qualidade leva o aluno à desmotivação, já que suas expectativas deixam de ser alcançadas.
TECNOLÓGICO
  • Falta de recursos/recursos mal utilizados: a falta de uso ou o uso inadequado das TIC atrapalha o bom desempenho do aluno. O projeto pedagógico precisa delimitar o uso e justificar a estratégica pedagógica para cada ferramenta, caso contrário, o aluno sente-se perdido.
  • Familiarização com a internet: não estar familiarizado com os recursos da web pode fazer com que o aluno se sinta deslocado, tanto na utilização das TIC como na compreensão da linguagem utilizada on-line.
  • Não-adaptação ao AVA: não estar integrado à interface do AVA pode fazer com que o aluno não entenda como realizar as atividades propostas.
  • Falta de requisitos para o curso: falta de um pólo-presencial ou de requisitos básicos para rodar o AVA no computador (programas, banda larga, sistema operacional)
Encerro minha post de hoje com o seguinte questionamento:

Diante dessas dificuldades apontadas pelos alunos, o que nós, tutores,  podemos fazer para solucionar esses problemas?